terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Enquanto a banda não passa.

Não é bom quando se para pra pensar no que tem ao redor. É sempre confuso e te faz ficar deprimida. Talvez eu seja só mais uma apaixonada incurável, ou uma experiência que deu errado, mas o fato é que as coisas não deviam ser tão intensas. Acredito sim que devo parar com essa coisa de pensar, pensar demais adoece, mas a gente busca tanta coisa quando está assim, não é? É uma pena que a minha coragem ou vontade de mudança não permaneça mais que uma noite triste, eu poderia acordar com os pensamentos que ponho em mim de manhã, mas isso nunca aconteceu, parece que é pedir demais. Estar deprimida sempre tem a ver com as expectativas que cultivo, ou com o que me fazem acreditar, e quase sempre eu me decepciono, normal. Na verdade, normal seria se eu aprendesse e não cometesse o mesmo erro, mas é o que sempre faço, bem no começo e mal no final, talvez não seja tão glorioso ser assim, como sempre achei, talvez isso seja meu pior defeito. Enquanto fico deprimida, espero que as coisas mudem, ou que as pessoas fiquem deprimidas ao invés de mim, e que um dia eu possa ser tão viva quanto esses momentos de morte por dentro.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mundo paralelo.

Criamos um mundo dentro de nós, cheio de expectativas, sonhos, personagens de contos de fadas, de filmes, de histórias inventadas de força, amor, coragem, determinação... E o que fazemos com isso tudo? Com tudo que não se realiza, que não se concretiza? Transformamos em frustrações, em desespero, em melancolia e dor. Temos um mundo próprio e nem todos sabem o que fazer com ele, e quando tudo que pensamos vai de encontro com todo esse exterior, ficamos perdidos e geramos sentimentos que possam tornar tudo isso mais fácil de entender e decodificar.
Eu me pergunto se não teria um jeito de unir esses dois mundos, um jeito de fazer com que pudéssemos não criar tantas fantasias, tantos achismos, um jeito de encarar de frente tudo isso que nos rodeia. Somos ensinados desde pequenos a sonhar, a imaginar, e isso é bom, não? Talvez. Tirar os pés do chão as vezes é bom, leva a nos conhecermos, a ir de encontro ao que ainda não sabemos o que é. Mas até quando isso é bom? Até o momento que você não precisa encarar a realidade, e se perguntar o porque de tudo isso.
Temos tudo que queremos nas mãos, mas nunca vamos saber utilizar o tudo, se não conhecermos totalmente o nosso mundo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Narciso.


Vê. Vê se para de esperar o que eu deveria fazer, para de botar padrões nos meus sentimentos, para de olhar pro espelho e me ver, para, pensa. Não deixe que as outras pessoas, as revistas, a TV, pense por você e te diga como eu deveria agir, deixa-me ser, não me prenda, não me siga, não me deixe. Será que não olha pros lados? Percebe que não posso ser tudo que espera? Não espere que eu aja como os outros, eu posso ser como eles, mas sei olhá-los de cima, eu tenho meu jeito, e ele não é, e nem vai ser como o seu, será que um dia entende? Para de cobrar, entenda que já fui muito mais além do que fui com outro qualquer, que tirei pedras e pedras do caminho, e elas eram tão pesadas, mas você, de longe, do seu mundo não via os seus tamanhos, o meu jeito, o meu modo, o meu ato, foi com você e por você, mas parece que seus olhos estão virados pra dentro, você se vê, não olha ao redor. Eu digo, é egoísmo, não se pode querer dois de si mesmo, nem cobrar no outro as suas próprias qualidades e defeitos, não é possível saber o quanto o outro sente, o que o outro pensa, o que o outro passa, como ele vai reagir... Deixa-me ser, não me prenda, não me siga, me deixe. Não espere que eu largue o mundo, que eu tampe os olhos e só abra quando for ver o seu rosto, que eu morra de amores e viva por você, não espere... Não me cobre amor incondicional, beijos delirantes, vontades feitas, respiração ofegante, não me cobre... Eu entendo agora por que cansou, é essa sua mania de esperar demais, e notar de menos, notar que o nada pra você, é o tudo pra mim, que o não se importar pra você, é ligar demais pra mim, que o não feito pra você, é o tudo pronto pra mim... Talvez quem cansou mesmo fui eu, cansei de correr e notar que todos estavam parados, e eu fui sozinha, deixando as coisas pra trás. Revire os olhos, pare de esperar, e quem sabe o seu cansaço, e a sua dúvida, se esgotem. É só. Vê.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Fique.


E mesmo que você diga “eu vou”, eu digo que fico. Fico pra saber como as coisas vão andar e se o presente sente falta do passado, fico por ficar, na ânsia persistente de arriscar o tão indeciso protesto contra o orgulho. Vejo-te seguindo, mas você acha que retrocede, que fica pra trás, mas estais tão a frente, tão distante... Se virar as costas, me verás, esperando por ter ficado, por dúvida, por medo, por tempo, por indecisão. Não foi, nem fiquei, mas o aviso prévio sempre ajuda, mesmo que sem certeza, e se acontecer, entenda e permaneça.

sábado, 6 de agosto de 2011

Puzzle.


De repente tudo tem se tornado pedacinhos de uma grande coisa, onde eu tenho que encaixar cada figura, mas existem peças muito parecidas, e os erros são constantes, não que eu deixe de tentar, mas a persistência às vezes é demasiadamente cansativa. Em alguns momentos acho que nunca transformarei tantas pecinhas em um grande feito que eu possa entender o sentido de tanto esforço, outras vezes parece que tudo se encaixa tão bem que o trabalho se torna cada vez mais prazeroso, mas sempre acho que está faltando uma peça, quando nenhuma das tentativas dão certo, quando o estoque de possibilidades já acabou, quando a mente já não aborda mais idéias, a única saída é acreditar que a culpa não é sua, que está faltando algo, e você não pode fazer nada mais por isso, então parte para outra parte desse joguinho tão complicado, e por algum motivo, tempos depois, você encontra aquela pecinha que faltava, e tudo agora parece fazer sentido, e aos poucos aquela imagem que passa tanto tempo construindo vai se formando, e você sente um orgulho por ter sido você quem a montou... Mas muitas figuras não são construídas por completo, seja ela por desistência, ou por ironia do destino. Por isso, devemos montar cada pecinha com vontade e persistência, pois nunca saberemos se vamos ter tempo o suficiente de monta-la por completo, afinal, a vida é um quebra cabeça, onde cada parte são suas atitudes, seus sentimentos, suas vitórias, perdas, pessoas, e ele nunca se construirá sozinho.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Monólogo.


Oi. Tudo bem? Tô indo... Por que tô indo? ah, cansei de ficar parada, esperar as coisas, deicidi ir. É, geralmente entro pela madrugada, é mais calmo e mais bonito aqui, livre de muito congestionamento e impasses. Se estou chateada com algo? É, estou, parece tão obvio assim? Quer mesmo saber qual o motivo? O motivo é você, é como tudo tem andando, são as dúvidas que surgem a cada segundo, assim como você na minha cabeça, são suas verdades que ficam óbvias que não passam de mentiras, é seu jeito que tanto me encanta, me envolve, e depois seus gestos e palavras que me distânciam de você, é sua vontade que não se move, não se faz presente, é seu desleixo comigo, a diferença do nosso passado, a mudança de comportamento, sua boa reputação e suas atitudes tão falhas, é tudo que vem de você e não me faz bem, são essas coisas que me deixam chateada, mas são só preocupações minhas, nada que você possa resolver. Não sabia de nada disso? É, até pouco tempo eu também não, mas sabe quando a gente acorda e esquece de levantar? É exatamente assim, eu fui prevendo que tudo isso podia acontecer, mas me acomodei com a situação, e chegou ao ponto que eu já vi tudo isso e precisei parecer a mais sínica com você pra poder te dizer tudo, e sabe por que? Por que não quero parecer aquilo que não sou com você, não quero invadir o que é só seu, e não tenho coragem de fazer com que fique com raiva de mim. Desculpa? É a única coisa que não quero de você, por que você não fez nada, não é mesmo? A gente nunca faz nada, e é isso que incomoda os outros, a nossa falta de atitude, o nosso primeiro passo não dado... então não me venha com desculpas. Eu sei que não sabe o que dizer, mas eu falo por nós dois, por que por todo tempo foi assim que aconteceu... mas sabe de uma? Vai ser diferente, por que você pode ficar com seu silêncio, mas agora sozinho, por que tô indo...tô caindo fora disso, onde a única que estava incluída, era eu.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Said e Dias.


Existem dias, e dias. Quando começa o dia, você nem imagina se ele será bom ou ruim, se haverá surpresas, ou se será apenas mais um monótono. Tem dia que parece simplesmente que o mundo ta contra você, tudo ao avesso, que nada vai do seu jeito, que tudo parece atrapalhar, esses são os chamados dias ruins, que é quando parece que ninguém te enxerga, e que quando enxergam, fazem pouco caso, quando surgem problemas de onde deveria ser solução, que o que já estava decidido, decidiu criar dúvidas, que a fila está enorme, que o dinheiro acaba, que o trabalho stressa, que quando está pronta pra sair começa a chover, é quando todos decidem desistir da festa, o namorado não te liga, o ficante não atende o celular e depois aparece namorando, é quando você chora e percebe que nada do que faz adianta, e reza para o dia passar, mas a insônia ataca... Certos dias ruins assustam e dá medo do dia seguinte. O dia termina, e vem um bom dia, aquele que você acorda com uma mensagem de "eu te amo, tenha um otimo dia, guria.", que sai, veste aquela calça que adora, mas não vestia à tempos, e quando coloca a mão no bolso encontra uma nota de dinheiro, que você passa e todos olham como se fosse a mais bonita do mundo, que consegue milhões de vendas e propostas no trabalho, que quando ta pensando em alguém, esse alguém te manda uma mensagem dizendo justamente o que queria ouvir, que descobre que ta amando e é reciproco, que seu time vence a final do campeonato, que ao final do dia vai dormir com um sorriso na cara, pensando o quanto aquele dia poderia durar, talvez pra sempre? Não, não poderia. E sabe por que? Se vivêssemos apenas de coisas boas, como poderiamos valoriza-las? Não saberiamos qual seria o outro lado, e o que é bom, se tornaria monótono e chato, e viveríamos então só de coisas ruins...Existe sempre os dois lados, de qualquer que seja a referência, por que nunca somos um só.